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Dispositivo eletrônico auxilia na detecção de alterações no leite consumido

Por Leonardo Araújo

Formado em eletrônica industrial, mestre em engenharia elétrica e doutor em biotecnologia, o professor do curso de engenharia de alimentos da Universidade Federal do Maranhão, Daniel Duarte Costa, resolveu unir sua linha de pesquisa na área eletrônica, em conjunto com as demandas do curso. Destaque de produção na região Tocantina, o leite foi o material escolhido para análises que garantam sua qualidade, “Açailândia, Imperatriz e as vizinhanças produzem aproximadamente, quase 80% do leite maranhense. Então, precisávamos fazer um método que garantisse a qualidade desse produto, até porque existe uma alta incidência de leite comercializado clandestinamente e com adulteração”, conta o Daniel Costa.

O objetivo do projeto de pesquisa criado pelo professor é que se possa confeccionar um dispositivo que tenha um custo acessível e que possa ser utilizado por diversas empresas, comércios para detectar adulterações no leite, “O projeto em si tem um custo relativamente acessível e a intenção é que possamos produzir o dispositivo, um produto final, patentear, torna-lo um produto UFMA para que futuramente possa ser comercializado. Seria um método mais simples que o habitual, que precisa de laboratório, pessoas qualificadas, reagentes, toda uma estrutura que com esse equipamento automatizado, utilizando inteligência artificial (redes neurais artificiais), vai permitir a qualquer usuário, com conhecimento básico em computação, possa operar o produto. Seria muito mais simples, poderá ser feita a análise in loco e de imediato, obtendo a resposta se o leite está apto ou não para o consumo”, explica do pesquisador.

O equipamento a ser construído até o fim do ano de 2018, fará análise do leite por meio da permissividade, medida física que descreve como um campo elétrico afeta e é afetado por um meio. O aparelho receberá o líquido dentro de um capacitor, composto por duas placas metálicas separadas por um dielétrico (material isolante), esse material tem uma capacidade de armazenamento de carga, medindo assim a sua permissividade. Esta permissividade muda de material para material, então a ideia foi construir um equipamento, no qual o leite sirva como material isolante, medindo assim sua qualidade.

Leite

Presente em nossa alimentação diariamente desde o nascimento, consumido puro ou como ingrediente base para vários alimentos, o leite é uma fonte de nutrientes como cálcio, fósforo, potássio, zinco e magnésio. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2016, a ingestão de leite está na média de 180 litros anuais por pessoa. Porém o Brasil apresenta índice abaixo do recomendado, na estimativa os brasileiros consumiram 171 litros ano.

O estado do Maranhão possui um rebanho leiteiro com cerca de 709 mil vacas que produzem em média 393 milhões de litros de leite por ano, cujo valor de mercado alcança R$ 403 milhões, o que é suficiente para colocar o estado entre os quatro maiores produtores de leite do Nordeste, de acordo com dados da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Pesca (Sagrima).

Apoio e equipe

O trabalho é apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (FAPEMA), por meio do Edital Universal de 2015. A equipe técnica coordenada pelo Prof. Dr. Daniel Costa (membro da Rede Nordeste de Bioteclogia) é composta ainda pela Prof.ª. Drª. Ana Lúcia Fernandes, especialista em Análise Sensorial; pelo Prof. Dr. Allan Kardec Barros Filho, especialista em Estatística e reconhecimento de padrões; pela Prof.ª. Drª. Elizabeth Fernandes, especialista em Análise de Fluxo e Eletroanalítica, e pela Prof.ª. Drª. Adalea Marques, especializada em Eletrocatálise.

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