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“O projeto de ocidentalização continua sendo o colonialismo e a negação dos povos originais”: Entrevista com o pesquisador Fábio Cardias

Ariel Rocha

“Se quiséssemos mesmo ver cultura indígena sem contaminação ocidental, teríamos que observar de longe uma comunidade que nunca foi contatada, que é chamada de Indígenas isolados, mas aí só o próprio termo isolado é uma visão colonial, a gente que esta isolados da natureza pra eles”

O fato afirmado no título, sobre a alarmante questão dos povos indígenas no cenário atual, vem do psicólogo, professor e pesquisador Fábio José Cardias Gomes, 46 anos de idade. Bacharel há 18 anos em Psicologia pela Universidade Federal do Pará (UFPA), foi pesquisador bolsista no Laboratório de Psicologia do Esporte e Exercício durante o mestrado em Saúde e Ciências do Esporte (Psicologia) na Universidade de Tsukuba no Japão – produziu e defendeu a dissertação em japonês em 2005. No Brasil, realizou doutorado em Educação e Cultura na Universidade de São Paulo (USP), entre os anos de 2008 e 2012. Desde a graduação, suas pesquisas dentro da academia são voltadas para o esporte, as atividades culturais e atualmente mais focadas nos povos indígenas da Região Tocantina.

Além de professor no curso de enfermagem da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) em Imperatriz, Fábio é membro do conselho da Sociedade Mundial de Etnoesporte (World Association of Ethnosport), desde a fundação oficial da organização em 2012. Essa Sociedade realiza atividades voltadas para o estudo e conservação dos jogos tradicionais dos povos, que são as práticas etnoesportivas que dão origem a vários esportes modernos. Adiante, o conselho é composto atualmente por mais 17 membros pesquisadores, que estão espalhados pela Europa, Ásia, América do Norte e África.

Entre os dias 30 de junho a 3 de julho de 2018, a convite do presidente da organização, o pesquisador Alexey Kylasov, o psicólogo participou do primeiro encontro com a presença de todos os membros do conselho da Sociedade, na cidade de Surgut, localizada na planície da Sibéria Ocidental na Rússia. Nesta reunião, realizada enquanto ocorria a Copa do Mundo FIFA no país, o pesquisador brasileiro pode explanar a respeito de suas observações relativas as práticas etnoesportivas entre as comunidades indígenas da nossa região próxima, já que no Maranhão existem cerca de mais de 30 mil índios espalhados pelo Estado.

Nesta entrevista, Fábio Cardias falou sobre o recente conceito de etnoesporte, da sua passagem pela Rússia, deu um panorama acerca das pesquisas acadêmicas voltadas para os povos indígenas localizados próximos a Imperatriz e forneceu elucidações sobre as questões que envolvem o universo de seus estudos.

 

O que é etnoesporte e como esse termo surgiu?

 Fábio José Cardias Gomes – O etnoesporte é um conceito criado no início dos anos 2000 pelo colega pesquisador, o antropólogo cultural russo Alexey Kylasov, na tese de doutorado dele e é compatível com os termos etnomúsica e etnopsiquiatria. No caso, o etnoesportesão as atividades culturas corporais de competição ou cooperação das etnias e tem a ver com os povos originários ou de culturas tradicionais.  Por exemplo, na etnia Krikati existe a Corrida de Tora, na etnia Xinguana, você tem a luta que os ingleses nomearam de Huka-Huka e no arquipélago de Marajó, há a luta marajoara, que eu não se é étnica, mas é uma atividade bem local. O etnoesporte é apenas uma categoria para falar de jogos e brincadeiras tradicionais, como é esportivo, puxa mais para os jogos. Eu me interesso muito pelos jogos tradicionais indígenas brasileiros e é uma área que eu tenho estudado um pouco.

 

Durante as buscas do termo “etnoesporte” na internet, as poucas coisas que aparecem em português estão ligadas a você, mas na sua tese de doutorado de 2012 não há menções do conceito. O senhor atualmente é o único que pesquisa sobre esse tema no Brasil? 

Professor de Imperatriz foi à Russia discutir pesquisas sobre povos indígenas

Fábio José Cardias Gomes – Com esse termo etnoesporte é eu que tenho pesquisado, mas tem um pessoal da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e da Universidade de São Paulo (USP) que estuda jogos tradicionais, brincadeiras tradicionais e jogos indígenas. Não tem muita publicação no Brasil, o que permanece e remanesce de cultura corporal indígena é ainda pouco divulgado e aqui na região não conheço ninguém trabalhando com isso, creio que eu esteja com uma das poucas propostas de avanço nessa aérea de conhecimento, no viés da Psicologia, dialogando com a antropologia, ancestralidade e interculturalidade. Não usei o termo na tese doutoral, pois quando entrei para a Sociedade Mundial de Etnosporte em 2012, já tinha defendido. Tenho alguns inscritos em inglês em parceria com o Kylasov no livro dele e apresentei um trabalho sobre o tema no congresso na Sibéria. Vai começar a sair uns artigos mais sistematizado, mas são trabalhos demorados, pois tenho que estar na aldeia e não é sempre que é possível. Então, é um trabalho mais lento do que esse modismo de ficar aplicando questionário online, eu não trabalho com isso, meu trabalho é mais antropológico, mais corpo a corpo, então por isso demora a sair alguma coisa às vezes. 

 

Você aparece como cofundador da Sociedade Mundial de Etnosporte e atual vice-presidente desta associação em duas notícias no site oficial da Universidade Federal do Maranhão. Como foi a fundação e início da Sociedade?

Fábio José Cardias Gomes – Na verdade fui vice-presidente no início, mas não sou cofundador, sou um colaborador inicial e nessa reunião na Sibéria passei para Embaixador, com o papel de representar a América do Sul. Eu fazia parte como vice-presidente para todas as Américas, mas como entraram pessoas do Estados Unidos agora, eu não podia representar todas elas, então fiquei como contato na América do Sul. A fundação inicial em 2012 foi uma reunião do atual presidente Alexey Kylasov, convidando pessoas ao redor do mundo para compor um conselho junto com ele e fui um dos convidados. Mas até então ele nunca tinha reunido todos como reuniu na Sibéria, pois exige fundos para pagar passagem, hotel, alimentação e transporte, e dessa vez ele conseguiu e foram quase todos os membros. Eu sou o que mora mais distante, talvez o mais custoso de sair do Brasil, ir para Lisboa, depois Moscou e por fim chegar na Sibéria. Foi a primeira vez que a gente se reuniu e reafirmou a nossa responsabilidade e motivação para continuar o trabalho. Agora vem um desafio maior que é trazer entre treze e vinte países representantes para Imperatriz, isso é o que eu tenho que fazer, que é o mais difícil, juntar fundo para trazer todo mundo

 

Ano que vem, em 2019?

 Fábio José Cardias Gomes – Vou tentar realizar isso para 2019 ou 2020, por pelo menos dois ou três dias fazer um encontro do conselho aqui dentro da UFMA em Imperatriz,apresentando trabalhos acadêmicos. Também propondo uma vivência com os Krikatis, Apinagés e Gaviões, para ver a corrida de tora, a corrida de revezamento que eles têm. Mas isso exige muito esforço para juntar verba,da CAPES, do Ministério da Educação e Mistério do Esporte. Vou ter que fazer isso e realizar esse quase megaevento, que será mais um encontro do que um congresso, pois é a proposta de vinte representantes de vários países aqui.

 

Na sua tese você realizou um trabalho voltado para estilo da Capoeira Angola, mas agora suas pesquisas estão mais focadas na cultura indígena e no etnoesporte…

 Fábio José Cardias Gomes – Quando realizei a tese, eu não tinha essa ligação forte no esporte, mas já havia um interesse semelhante para as práticas corporais não esportivas ocidentais, eu já tinha essa semente, que é Capoeira Angola. Tem gente que estuda a Capoeira Angola como uma etnomotricidade afro referenciado, já que ela vem de uma corporeidade africana, mas na época não tinha utilizado o conceito de etnoesporte, mas tinha o interesse já por essa atnomotricidade. Nós da cidade, ditos ocidentais, não possuímos a prática da Corrida de Tora ou comumente vemos pessoas com o ombro esfolado por causa da atividade, isso daí faz parte da cultura corporal do indígena vivo, e é interessante. O mais interessante ainda é que tem mais de milhares de anos e a gente joga isso fora como sociedade europeizado, não damos importância a essas coisas. Então eu estou resgatando um pouco disso nos meus estudos. Se o Brasil tem 500 anos, uma corrida de Tora tem no mínimo dois mil anos.  O projeto de ocidentalização continua sendo o colonialismo e a negação dos povos originais, vistos ainda como inferiores. Existe essa noção que atravessa séculos, pois nós somos criados para sermos um europeu médio e tudo isso que estava aqui há mais de dois mil anos é jogado fora e diminuído. Para os indígenas não é apenas os pensamentos de corpo, para eles tudo está envolvido: o pensamento de colaboração dentro da competição, o pensamento de participação, a festividade, o luto, a maternidade, o matrimônio, etc.. Mas tudo isso é considerado inferior, o projeto de não dar importância está dentro dessa perspectiva de educar as pessoas para não dar importância mesmo.

 

Então você realiza essas pesquisas como uma forma de resgate? A cultura dos povos indígenas é algo que tende a desaparecer?

Fábio José Cardias Gomes – É um resgate no sentido de valorizar dentro da academia aquilo que foi jogado fora como projeto geral da educação ocidentalizado. Eles mantêm entre si e isso por si só já é heroico, pois eles nunca vieram pedir nossa ajuda para manter. Mas alguns desses povos já perderam muito da cultura original, como os Krikatis por exemplo, porque são indígenas já contatados há muitos anos e já tiveram contato com a tecnologia ocidental. Então ninguém podia esperar que eles se tornassem índios, entre aspas, isolados. Se quiséssemos mesmo ver cultura indígena sem contaminação ocidental, teríamos que observar de longe uma comunidade que nunca foi contatada, que é chamada de Indígenas isolados, mas aí só o próprio termo isolado é uma visão colonial, a gente que esta isolados da natureza pra eles. No caso nós somos próximos da Corrida de Tora, que talvez seja a prática etnoesportiva mais importante da região e no Xingu é a luta Huka-huka, eles mantêm o que sobrou com muita resistência e sem a ajuda nossa. Então para eles é heroico, mas para a gente, ter Corrida de Tora ou não dentro da nossa cidade e da nossa cultura, não importa. Então se você for pensar e refletir sobre isso, ver a dimensão das forças hegemônicas culturais envolvidas, é muito sério e também pesquisamos às vezes sem querer, porque o termo chegou na minha mão como um convite, mas depois desse encontro que eu tive lá na Sibéria, o mesmo fenômeno ocorre lá e ninguém está nem aí para os indígenas siberianos, que estão mantendo sua cultura no mínimo há três ou cinco mil anos. Então é muito sério, mas eu não estou como um resgatador, mas como um pesquisador: eles não precisam de mim, sou eu que preciso deles para mostrar que tem alguma coisa que sobrevive e continua. Porém já perdeu algumas características, ouvi falar dos próprios indígenas que a Corrida de Tora não era apenas cinco quilômetros e sim mais extensa e desgastante. Como o jovem já está ocidentalizado, mesmo na comunidade aldeada, mas já com contato com a cidade há mais de 50 anos no caso, eles vão perdendo esse vigor que tinha antes e a corrida que antes era dez quilômetros, passa para cinco e vai diminuindo para uma pequena representação do que já foi há tempos atrás, mas mesmo assim é heroico.

 

É interessante que a questão do esporte permeia sua vida acadêmica desde a graduação. Você levou isso para o seu Trabalho de Conclusão de Curso, abordou no mestrado no Japão e também na tese do doutorado aqui no Brasil. Como foi esse percurso?

 Fábio José Cardias Gomes – Desde o início fui na linha da psicologia do esporte aplicada ao alto rendimento, foi sempre uma psicologia do esporte com uma visão intercultural e sociocultural, que é também possível. Mas só que como o alto rendimento é sempre o que rende medalha, dinheiro e nacionalismo,eu trabalho numa perspectiva considerada um pouco secundária, que é a sociocultural, no sentido econômico, mas no sentido cultural. É uma visão sociocultural do aspecto esportivo e etnoesportivo que eu desenvolvo realmente desde o TCC, onde eu trabalhei o Aikido, que me rendeu frutos tanto pessoais como profissionais. Do Aikido fui parar no Japão e fiquei por cinco anos, da tese doutoral voltada para a Capoeira Angola, conheci o russo Alexey Kylasove m São Paulo, dele surgiu o convite para participar da Sociedade e fui parar na Sibéria. Quem é que vai para Sibéria? Ninguém vai para Sibéria hoje ou amanhã, até mesmo para o Japão que é distante e lá consegui uma bolsa. Então tem toda uma trajetória acadêmica longa, são ideias germinais desde a graduação, que demoram amadurecer. Vai para um lado e não dá certo, vai para outro e parece que eu me encontrei um pouco mais na questão do etnosporte, até por essa vivência da Sibéria deu um enlaçamento no grupo, nós fomos lá, vimos a proposta, dá para fazer aqui e vamos tentar fazer na nossa realidade.

 

Então do Aikidou na graduação você foi para o Japão e mais recentemente Sibéria, e isso lhe rendeu vários resultados. Mas também o esporte é um elemento sempre presente na sua vida, no qual você conta no memorial de sua tese que é desde a infância a paixão pelas artes marciais e natureza. Então é algo que teve influência quando criança, adolescência e continua durante a vida adulta.

Fábio José Cardias Gomes– Sempre me interessou, desde pequeno,o esporte com bola, depois a luta, hoje a Capoeira Angola e o judô, que eu retomei também. Toda essa relação corpo, natureza, atividade física e saúde, entrelaçadas nesses aspectos, não só o esporte de rendimento. Você também me dá um xeque-mate: eu nunca consegui me firmar no esporte de alto rendimento. Já tive convite para trabalhar em clube, pagando bem, mas não consigo, o meu prazer é ver o esporte nessa questão da etnia, da cultura e da socioculturalidade, me enriquece mais do que talvez trabalhar com a seleção brasileira. Na área do esporte, da psicologia do esporte, o alto rendimento é o que dá dinheiro, no nosso caso não, fomos para a área sociocultural.

 

Nesse encontro dos membros da Sociedade Mundial de Etnosporte na Sibéria vocês também foram ver a canoagem siberiana dos povos indígenas da Rússia, como foi a reunião do conselho e o evento de canoagem?

 Fábio José Cardias Gomes – O convite tinha esses dois motivos, o primeiro de reunir o conselho mundial do qual eu faço parte, para cada um apresentar trabalhos acadêmicos ou explanar o que estão fazendo na área em seus países. O segundo motivo estava em participar de um evento etnoesportivo anual, que é a canoagem do povo Khanty-Mansiysk. Esse povo é de origem caçador e pode ser considerado povos indígenas também, eles devem ter no mínimo mais de dois ou três mil anos ali na região. Também sofrem as opressões e tem suas terras invadidas, igual aqui. No caso da Sibéria, na região onde vivem, as companhias de gás já ameaçaram muito. Lá, eu conheci o último dos xamãs, que é o conhecedor da natureza deles, o nosso é o Pajé no caso.Os Khanty-Mansiysk conseguem manter a cultura com esse evento que é de canoagem no Rio Ob, na época era verão e a água está menos fria. Nós fomos convidados para assistir, participar e ver como funciona a cultura, a tradição da canoagem milenar e de repente fui pensar em novos modelos, por que esses eventos ajudam a manter a força comunitária e a luta de resistência para não perder suas terras, eles servem para marcar presença “Nós estamos aqui, nós temos isso”. Então foi maravilhoso, sem palavras,alimentação incrível, carne de caça, experimentei alce, carnes cruas que eu não conhecia e havia muita boa alimentação desconhecida,tinha também vodka e vinho. Conheci um pessoal da Hungria que tem um parentesco com eles, que vai todo ano lá nesse evento. Nós também demos entrevista para várias redes de televisão, saí na TV russa e fez um pequeno sucesso. Fui bem elogiado pelos colegas, que são super conceituados em suas aéreas e já mais antigos que eu.

 

E no que se refere a sua participação no congresso, quais foram os resultados que você levou até o conselho? 

Fábio José Cardias Gomes – Dei uma visão geral. Como estou na fase de coleta de dados ainda, no ritmo bem lento, apresentei resultados parciais de pesquisa e dei uma visão geral de Brasil, com os indígenas e as modalidades possíveis de serem pesquisadas aqui, algumas ainda desconhecidas. Falei da nossa região, mostrei algumas coisas da Corrida de Tora, como ocorre, objetivo, participantes…. São resultado simples, como o fato da Corrida de Tora está relacionada à um rito funeral ou a um rito de passagem, casamento ou uma decisão festiva onde vai ser incluída. Foram dados parciais e bem aceitos, porque era desconhecido para eles, assim como cada um trouxe coisas que eu nunca tinha ouvido falar. O mundo é pequeno, mas o mundo é grande também, tem coisas parecidas, mas tem o detalhe do detalhe que faz a coisa ser universal, mas também particular e isso enriquece a gente de uma maneira fantástica. Você reflete como realmente as coisas podem ser universais, mas tem particularidades, que é a questão da relação do homem com o seu mundo imediato, sua região, a sua árvore, a sua terra, o que está disponível para comer, o que está disponível para fazer e a temperatura. Essa comunidade dos povos Khanty-Mansiysk possui 386 palavras para neve, porque se não souber os estados da neve, não sobrevive. Então são questões de sobrevivência, que quando estamos na cidade, perdemos. Ficamos meio “zumbizados”, porque é tudo igual, você não precisa mais caçar, vai no supermercado. Então ganhamos em tecnologia, mas perdemos muito em cultura e no contato com a natureza, foi isso que eu aprendi lá e a minha pesquisa levou um pouco do Maranhão, Imperatriz, as comunidades Timbiras que eu frequento, Gavião e Krikati, e as possibilidades de publicações desse material.

 

Existe uma previsão para a publicação de trabalhos da sua pesquisa sobre etnoesporte na região?

Fábio José Cardias Gomes –Tem previsão, mas eu também não tenho pressa. É preciso ver as questões de dados indígenas junto à Funai, saber o que se vai falar para não se sentir roubando a cultura indígena, documentar mais ao longo do tempo e frequentar mais a comunidade. É preciso conhecer mais desde a origem da tirada da árvore, por que se escolhe tal árvore, as medições do tamanho até a feitura, quem tem essa sabedoria de ver que está boa para cortar, para fazer uma boa tora de carregamento, por isso que é cultural e muito complexo. Estou aprofundando com muita calma, paciência e mais, estou estudando a Língua Jê falada também pelos povos timbiras, que é difícil, porque eu preciso está lá na aldeia, eu só sei os rudimentos e ainda esqueço. Se você entende um pouco a língua, você também entende um pouco sobre essa relação com a tora, por exemplo, por que que é chamada tora, então estou aprofundando essas coisas. Estamos em um labirinto, não podemos chegar “Sou pesquisador da UFMA, doutor, me passa seus dados aí, vou falar da sua cultura, vou me tornar famoso e importante”, a gente tem uma formação ética muito grande, então estou com muito tato, procurando as pessoas certas, o próprio cacique, que é quem decide. São trabalhos demorados, nosso trabalho não é esse trabalho corriqueiro, de pesquisa para encher Currículo Lattes, é um trabalho diferenciado no caso do etnoesportivo. O próprio Alexey Kylasov, o nosso presidente, demora lançar alguma coisa, ele trabalha mais no “geralzão”, com os jogos siberianos e tem mais de vinte jogos pela Sibéria, nesse encontro fomos no primeiro.

 

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