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Pesquisa mostra como WhatsApp muda a rotina e, às vezes, precariza a prática de trabalho dos jornalistas de Imperatriz

Pesquisadoras: Thaísa e Lorena vão participar do Semic

Texto: Cassia Castro e Thaynara Leite

O aplicativo de mensagens instantâneas, WhatsApp, se tornou uma ferramenta de trabalho obrigatória para os jornalistas que trabalham em redações de Imperatriz. Segundo um estudo desenvolvido pelo Grupo de Pesquisa em Cibercultura (GCiber), na Universidade Federal do Maranhão, a ferramenta interfere na rotina desde a sugestão de pauta até a distribuição do conteúdo, passando por todas as demais etapas.

Pesquisadoras: Thaísa e Lorena vão participar do Semic

O levantamento, iniciado em 2018 pela estudante Lorena Lacerda – bolsista Pibic/Fapema –, sob orientação da professora Thaísa Bueno, buscou entender como os jornalistas que atuam em redações de veículos tradicionais de Imperatriz, a segunda maior cidade do Maranhão, utilizam o WhatsApp na sua rotina e de que maneira isso interfere nas suas condições de trabalho. Agora o resultado do estudo será apresentado no Semic (Seminário de Iniciação Científica) que vai acontecer nos dias 9 e 10 de outubro em Imperatriz.

De acordo com dados do relatório final deste estudo, nas redações menores a ferramenta muitas vezes é usada para camuflar condições precárias de trabalho, mas os profissionais quase não enxergam isso de maneira crítica. “Embora o WhatsApp efetivamente facilite o recebimento de pautas e a apuração, de um modo geral ele só é visto como algo positivo. Há um encantamento com tecnologia, ainda que vejamos, que algumas vezes, ele acontece de maneira muito improvisada e sem uma sistemática de usos”, comenta a orientadora, Thaísa.

Entre as ponderações estão o fato de que a grande maioria dos veículos não dispõe de um número comercial, os profissionais usam fotografias próprias, algumas de foro íntimo mesmo em horário de trabalho, e não há orientações de horário ou linguagem de uso.

Metodologia

Para chegar ao resultado, a pesquisa inicialmente adotou um levantamento quantitativo que mapeou as redações da cidade que mantinham produção diária de notícias e usavam o aplicativo. Em seguida foram entrevistados quinze profissionais. As entrevistas seguiram um roteiro temático dividido em cinco categorias que debatiam questões sobre como a ferramenta começou a ser usada na rotina de trabalho, as possíveis orientações de uso dentro da empresa, que vantagens e desvantagens os jornalistas viam no aplicativo e se acreditam que de alguma forma o aplicativo interferia na qualidade do seu trabalho.

A pesquisadora Lorena Lacerda conta ter ficado impressionada com o paradoxo que há sobre o uso do dispositivo na rotina de trabalho dos jornalistas.  “Me impressionou bastante o fato de que o WhatsApp, apesar de ser uma ferramenta boa, pode saturar bastante o profissional e causar muitos constrangimentos. A gente, como profissional perde um pouco a liberdade, pois alguns jornalistas relataram terem sido cobrados para veicular algo fora do horário de trabalho”, esclarece.

Achados da pesquisa a partir das entrevistas com os jornalistas

Outros estudos sobre o WhasApp

Este é o terceiro estudo sobre o WhatsApp na rotina dos jornais, conduzidos pelo GCiber. O primeiro foi um levantamento nacional conduzido pelos pesquisadores Thaísa Bueno e Lucas Reino, em conjunto com o Grupo de Pesquisa em Ciberjornalimo da UFMS, do qual fazem parte. A pesquisa analisou os aplicativos mais comuns nos ciberjornais de todas as capitais do país e está publicado no livro (ciberjor.ufms.br/atividades/livros/). 

Outro estudo do grupo sobre a ferramenta foi o estudo de caso de como o WhatsApp era usado na redação do jornal Correio Popular, o único na época a usar a ferramenta para distribuição do conteúdo, formatado no layout impresso. A etnografia, assinada por Thaynara Leite e Mateus Lopes foi premiada na última edição do Semic.

Quem tiver interesse em saber mais sobre a pesquisa sobre WhatsApp nas redações da cidade pode assistir a exposição do Semic em outubro. O Gciber promove seleções semestrais de novos membros.

 

CRONOGRAMA DO SEMIC:

  • Polo Chapadinha (Chapadinha e São Bernardo): 17/09 e 18/09
  • Polo Bacabal (Bacabal e Codó): 20/09
  • Polo Imperatriz (Imperatriz, Grajaú e Balsas): 09/10 e 10/10
  • Polo Pinheiro: 17 e 18/10
  • Polo São Luís: 21 a 25/10

 

 

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