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Muito além do Lattes: saiba como aproveitar melhor sua passagem pela universidade

Por Bruno Santos

Currículo Lattes é um modelo de currículo acadêmico desenvolvido pela CNPq na Plataforma Lattes, nele consta informações sobre práticas desenvolvidas por estudantes e pesquisadores de todo Brasil. As informações contidas no currículo poderão ser vistas por instituições de todo país, otimizando assim as oportunidades de bolsas de estudo e pesquisa. Por ser tão importante na vida acadêmica, estudantes muitas vezes preocupam-se mais em ter seu Lattes bem preenchido, principalmente os que almejam a carreira acadêmica, ao invés de aproveitar toda a vivência que a universidade é capaz de lhe proporcionar. Apesar de ser uma tendência, ainda há os que desfrutam de todo o conhecimento que a universidade, como um todo, tem a proporcionar e ainda assim preservam seu currículo quantificado e qualificado. A seguir algumas dicas de como aproveitar todas as experiências que a universidade oferece que podem beneficiar seu currículo acadêmico.

Ingresse em um curso que você tenha afinidade

Partindo do pressuposto que isso fará toda a diferença no futuro, a escolha do curso é fundamental para que você tenha rendimento, no mínimo, satisfatório durante seu trajeto universitário. Um curso que: “Não faz o meu perfil” ou “Estou fazendo só para ter um diploma, nem vou trabalhar na área”. Fará você assimilar pouco – ou nada – dele e da universidade, haja vista que, um dos motivos que fazem alguns estudantes deixarem as universidades é justamente o fato de não estarem no curso que desejam. Por consequência todas aquelas noites em claro estudando para aquela prova – de Laboratório de Produção Visual – terão sido em vão.

 Participe de grupos de pesquisas

Grupos de pesquisas são círculos de pessoas que reunidas e organizadas trabalham em uma linha de pesquisa delimitada pelo pesquisador (professor) responsável para desenvolvê-la e amplia-la. A participação em um grupo de pesquisa rende oportunidades ricas em conhecimento, difusão de ideias e pode ser o seu primeiro contato com universo científico, por isso vale a dica anterior: escolha um grupo que tenha uma linha que o atraía. Além disso, a participação em um grupo pode lhe proporcionar uma chance de bolsa auxilio – assunto para outra matéria sobre dicas.

Participe de congressos

A participação em Congressos não está condicionada apenas a produção e submissão de trabalhos – porém é o ideal. Se tiver oportunidade, vá a congressos mesmo sem trabalhos produzido/submetidos, participe dos seminários, palestras e afins que são oferecidos. Assim como na dica anterior há um universo de conhecimento a ser absorvido, além de ser grande forma de interação e integração entre cursos, pessoas e culturas diferentes – além de somar boas horas de atividades complementares.

Converse com os professores

Não só sobre aulas, trabalhos e nãos só com os das suas disciplinas. Fale sobre as experiências deles como alunos até chegar a professores, sobre os obstáculos que tiveram que vencer, pergunte sobre as perspectivas que eles tinham pós-universidade, sobre possibilidade de projetos futuros em que possam trabalhar juntos, enfim, troque conhecimento. Essa bagagem servirá de combustível para seu percurso universitário – como também para o universo paralelo que chamamos de vida.

Interaja com outras turmas

Isso em algum momento será impossível de evitar, ainda mais se você seguir as dicas sobre os grupos de pesquisa e congressos. Além disso, em dado momento você terá contato com outras turmas dado a disponibilidade de algumas disciplinas no semestre e a sua, é claro. Essas relações interpessoais dentro campus lhe dará a chance de fazer amizade, entender o quão a universidade pode oportunizar sobre diversidade cultural e de ampliar o seu network – além de ser uma das regras básicas do convívio humano.

Seja proativo

Ao identificar uma oportunidade dentro da universidade se antecipe, não espere acontecer. Para isso tome iniciativa, se envolva e participe dos processos – vide dicas anteriores. Pessoas proativas tendem a beneficiar não somente a si próprios como também, outras pessoas e o ambiente. Tenha ao seu lado pessoas com essa habilidade, pois eles servirão de exemplo e motivação – existirão momentos que você vai precisar dessa palavra, sério.

Não seja perfeccionista

Ainda que você seja uma pessoa que deteste falhar, se permita falhar. Lembre-se de que você ainda está em um momento onde ainda é permitido errar – não em demasia, lógico – e por isso não se martirize por uma nota, crítica e decisão equivocada. Não queremos aqui sugerir que a busca pela excelência seja um fator negativo, pelo contrario, mas se prender a ela pode ser prejudicial – além de ser muito chato.

Seja persistente

Se algo não ocorreu como esperado não desista – lembre-se da dica anterior. Mas não confunda persistência com teimosia. A persistência é uma característica positiva que deve vir acompanhada de determinação, por isso não insista em algo que não está te trazendo algum prejuízo e persevere naquilo que possa lhe render frutos em breve – teimosia é o lado negro da perseverança.

Se dedique

Por último, mas não menos importante, a dedicação. Sem dúvida isso nem deveria ser uma dica, mas sim um mandamento. Esqueça a procrastinação, esqueça o desleixo, isso são características avessas ao processo de aprendizado na universidade. O empenho deve ser regra geral para tudo que nos propusermos a fazer, se temos metas e objetivos e queremos alcançar os melhores resultados possíveis devemos ter em mente que o sucesso só virá ao custo de muita dedicação – dedique-se até para ler esse texto.

Todas as dicas dessa matéria não foram enumeradas necessariamente em uma ordem específica, não há uma regra para ser universitário ideal. E sim, elas também servem para o seu Lattes – apesar de não parecer. Porém segui-las não fará do seu Lattes um currículo com barra de rolagem mínima e não segui-las não o tornará o pior estudante do campus – mas é provável. A discussão que queremos sugerir é de que a vida universitária, ainda que o desejo seja o de seguir a carreira acadêmica, não passa apenas pela dedicação única e exclusiva às práticas curriculares, mas como pelas regras básicas de convivência – e sobrevivência. O seu Lattes será carregado de experiências de ensino/pesquisa, mas por trás delas haverá uma gama muito maior de vivência e aprendizado que vai além de aulas, artigos e/ou grupos de pesquisa – além de muita xerox.

Dica bônus:

Tenha vida social  

Se divirta fora da universidade – a sua maneira. Não abra mão das suas necessidades psicossociais em prol apenas das suas necessidades de autorrealização. Relaxar de vez em quando, ver os amigos, bater um papo sobre assuntos aleatórios são ótimas alternativas para descarregar o estresse do dia-a-dia da universidade – e para esquecer aquela nota que o colocou de reposição.

Glossário 

CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, é um órgão ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) para incentivo à pesquisa no Brasil.

Networké uma expressão em inglês que representa uma rede de contatos de cunho profissional.

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Michele Goulart Massuchin